Salvador como um todo já é uma saudade para quem a conheceu e só agora volta a fazer planos para voltar, passada a pandemia. O caminhar pelas ruas e ladeiras do Centro Histórico. O poder saborear, ao por do sol, um delicioso acarajé ou abaré, ou mesmo encerrar o dia com uma boa noitada em, qualquer um dosa bares, pubs e calçada do boêmio bairro do Rio Vermelho, por enquanto ainda estão proibidos.
Mas aos poucos, e com esperança e alegria, obedecendo a todos os procedimentos de segurança sanitária, esses pequenos pedaços de paraíso já podem vir a ser desfrutados por baianos e turistas. E nada melhor que um banho de mar sob a s brisas do bairro de Itapuã, tão falado cantado e decantado por Dorival Caymmi, Toquinho, Vinicius de Moraes, João Gilberto, Tom Jobim, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Das Ganhadeiras de Itapuã, ao bloco afro Muzenza, do acarajé da Cira à água de coco no Farol, o bairro continua cada vez mais lindo, boêmio e encantador.
Acordar cedo para ver os pescadores na puxada de rede, checar a tábua de maré para curtir as piscinas naturais que se formam na maré seca e ainda aproveitar para praticar SUP ou Windsurf. Coqueiros na praia, cheiro salgado de maresia e, para completar o cenário, o Farol de Itapuã, cartão postal de Salvador. Essa simplicidade rotineira e o contato com a natureza talvez sejam as sensações mais saudosas que temos de Itapuã.
A história do bairro – Em Tupi Guarani, Itapuã significa “pedra erguida”, “pedra de ponta” ou “ponta de pedra” e não “pedra que ronca”, como se costuma dizer. Abriga desde o final do século XIX o farol que leva o mesmo nome do bairro. A cerca de 30 quilômetros do centro de Salvador, a antiga vila de pescadores, de difícil acesso, é hoje uma das praias mais famosas e movimentadas da cidade.
No século XVII, o bairro era uma importante armação baleeira, onde a pesca desses imensos mamíferos era fundamental para extração do óleo, responsável pela iluminação do centro urbano. Hoje, o cuidado com o animal é tamanho que existem passeios que possibilitam observar baleias jubartes em Salvador, sendo o bairro de Itapuã justamente um dos ótimos pontos. Entre os meses de julho e novembro é o período de reprodução das jubartes, que trocam as águas geladas da Antártida pelas temperaturas quentes do litoral baiano.
Patrimônio imaterial – Itapuã é um dos bairros de maior tradição artístico-cultural de Salvador, com dezenas de bens e patrimônios imateriais. Segundo o relatório “A Capoeira em Salvador”, da Fundação Gregório de Mattos, o território que abriga Itapuã é o segundo da região soteropolitana com maior presença de grupos de capoeira e possui um total de cinco museus.
A presença de manifestações de religiões afro-brasileiras é outro ponto forte da região, que acolhe nada menos do que 101 terreiros de Candomblé. A cultura afro-brasileira está presente também na culinária, já que Itapuã é um dos principais locais para os amantes de acarajé, quitute típico de Salvador. Segundo a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, a região de Piatã e Itapuã possui em média 238 tabuleiros de baianas de acarajé, entre elas, algumas das mais famosas da cidade, como Cira.
Além desses grupos e manifestações culturais, a pesca é uma das atividades mais tradicionais e economicamente importantes da região. A colônia de pescadores de Itapuã (Z6), fundada em 1956, reúne cerca de 1,2 mil pescadores e 32 barcos grandes. Na verdade, o bairro de Itapuã, até a década de 1950, era uma vila de pescadores, situada a 25km do até então centro de Salvador. Até os dias de hoje, os pescadores de Itapuã se reúnem na praia de Vila Velha para, juntos, puxarem centenas de peixes em suas redes de pesca.
Farol e praia – Em 1823, o Farol de Itapuã foi inaugurado. Instalado na Pedra Piraboca, o farol tem 21 metros de altura, apresenta a forma de uma torre, toda em ferro fundido, para orientar os navegantes na região de mar calmo, mas repleto de rochedos. Junto com os bancos de areia desta região, eles causaram diversos naufrágios até que o farol foi erguido para alertar sobre estes perigos. Desde 1950, ele tem a cor atual: branco e vermelho. Além de útil para a navegação, ele também virou cenário. Farol de Itapuã pode alcançar com sua luz branca aproximadamente 30 quilômetros (15 milhas náuticas).
O mar calmo de ondas médias da Praia de Itapuã é banhado pelo oceano Atlântico com água esmeralda. Em determinados pontos da água, existem grandes pedras que formam piscinas naturais. A Rua da Música – também conhecida como Rua K – era o local onde, nos anos 70 e 80, artistas, músicos e esportistas de Salvador frequentavam. Até hoje, é o ponto de encontro para esportistas em geral e para quem quer praticar Windsurf e S.U.P. Saiba mais sobre a cena esportiva do bairro neste link.
Se não bastasse, ainda é excelente para quem tem crianças pequenas, que podem ficar brincando por horas nas piscinas naturais que se formam. E se você busca conforto à beira mar, nossa sugestão é ir ao Lôro Pedra do Sal, que com sua estrutura de praia excelente, é um verdadeiro oásis pé na areia. E olha que legal! Eles estão fazendo entrega de gastronomia baiana.